A Neurociência na Autoimagem
- Patrícia Maria Garib
- 23 de mar. de 2023
- 3 min de leitura
Atualizado: 4 de jul. de 2023

A neurociência é uma área de estudo que investiga o funcionamento do sistema nervoso e do cérebro humano. A imagem pessoal, por sua vez, é a maneira como uma pessoa se percebe e é percebida pelos outros. Embora possam parecer áreas de estudo distintas, a neurociência tem muito a dizer sobre como nossa imagem pessoal é formada e como podemos trabalhar para melhorá-la. Uma das formas como a neurociência pode ajudar a entender a imagem pessoal é por meio do estudo da autoimagem. A autoimagem é uma percepção que temos de nós mesmos, e é influenciada por uma série de fatores, incluindo nossa genética, nossa história de vida e as experiências que temos ao longo do tempo. A neurociência tem mostrado que a autoimagem é processada em várias áreas do cérebro, incluindo o córtex pré-frontal, que é responsável pelo pensamento crítico e pela tomada de decisões e planejamento de ações e escolhas; o córtex cingulado anterior, que está envolvido na regulação emocional, juntamente com o sistema límbico, relacionado ao centro das emoções e da motivação; e o córtex visual, que processa informações visuais. Por exemplo, a mídia e a publicidade podem ter um papel importante na construção da imagem pessoal, promovendo padrões de beleza irreais e desafiadores, que podem levar a sentimentos de inadequação e insatisfação corporal. Quando uma pessoa se olha no espelho, essa informação visual é processada pelo córtex visual e é revelada juntamente com as expectativas e crenças que essa pessoa tem sobre si mesma. Se a imagem refletida no espelho não corresponder a essas expectativas, isso pode levar a sentimentos de insatisfação com a aparência pessoal e a uma imagem corporal negativa. Além disso, a forma como a imagem pessoal é percebida também está relacionada à atividade em outras áreas acústicas, como o córtex pré-frontal, que pode influenciar a percepção e o julgamento que uma pessoa tem de si mesma. Por exemplo, se uma pessoa tem baixa autoestima, isso pode estar relacionado a um menor volume de massa cinzenta no córtex pré-frontal, o que pode afetar a tomada de decisões e a autorregulação emocional. A neurociência tem mostrado também, que a imagem pessoal pode ser influenciada por fatores como o ambiente social e cultural em que uma pessoa está inserida. Por exemplo, estudos têm mostrado que pessoas que vivem em sociedades individualistas tendem a ter uma imagem pessoal mais positiva do que aquelas que vivem em sociedades coletivistas. Isso pode estar relacionado à diferença no nível de importância atribuída à realização pessoal versus ao bem-estar coletivo. Aqui é importante que deixemos claro que é necessário primeiro conhecer-se para que se desenvolva o auto amor e só então através de um fenômeno de expansão da empatia, da gratidão, da autoaceitação, da felicidade e do amor que o indivíduo tem para consigo mesmo, pensar e realizar no bem estar coletivo. Não se trata, portanto, de egoísmo e sim de autoamor expansivo e gratificante. Outra forma como a neurociência pode ajudar a entender a imagem pessoal é por meio do estudo da plasticidade cerebral. A plasticidade cerebral é a capacidade do cérebro de se adaptar e mudar em resposta às experiências. Isso significa que, se uma pessoa tem uma imagem pessoal negativa de si mesma, é possível trabalhar para mudá-la por meio da exposição a experiências positivas. A neurociência tem mostrado que essa exposição pode levar a mudanças físicas no cérebro, como o aumento do volume de certas áreas voluntárias envolvidas na regulação emocional e na autoestima.
Em resumo, a neurociência e a imagem pessoal estão interligadas, com o funcionamento do cérebro e a percepção de si mesmo, influenciando a construção da imagem pessoal. Compreender essas relações pode ajudar a desenvolver estratégias eficazes para melhorar a autoestima e promover uma imagem pessoal positiva.




Comentários